segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Glamour e trabalho escravo. Qual a relação entre os extremos?

O que importa no valor da marca é simplesmente oferecer o melhor preço?

No início de novembro tivemos mais uma triste notícia sobre uma grife de moda envolvida com o trabalho escravo: a M. Officer. Desde o grande escândalo do envolvimento da Nike com o uso de trabalho infantil, passando por Zara e chegando até a M. Officer, continuamos com essa grande discussão em torno da ética na produção de mercadorias.
Imagem: M.Officer/ 2017

E quando pensamos que as roupas, sendo essas mercadorias, saem desse backstage obscuro - o trabalho escravo - para as luzes do mundo fashion, representado pelo glamour e pelo status que estas roupas representam, tornamos a discussão mais intensa quanto ao trabalho de gestão de marcas.
David Aaker, no seu livro Criando e Administrando Marcas de Sucesso, diz que as marcas criam valor aos seus consumidores através de associações, que envolvem atributos tangíveis ou menos tangíveis, ou seja, mais subjetivos e menos vinculados a uma categoria de produtos. Neste último, Aaker cita a orientação da marca voltada para a sociedade em que atua. Ele diz que marcas que “são simplesmente ‘boas cidadãs’ ” podem alcançar melhores resultados, inclusive financeiros, em patamares superiores daquelas que não atuam desta forma.
Se Aaker afirma que empresas “boas cidadãs” conseguem melhores resultados financeiros, os gestores de marcas deveriam avaliar suas ações com a comunidade em que atuam e a partir deste caminho buscar os melhores resultados financeiros e não apenas os menores custos.
Por outro lado, se o uso do trabalho escravo vai na linha ‘precisamos reduzir custos para oferecer melhores preços’, é possível vender status e glamour quando o consumidor sabe que ele vem de oficinas de trabalho escravo?
Imagem: M.Officer/ 2017

Enfim, o que os gestores de marcas não podem se esquecer é que as marcas são o ativo mais importante das empresas e que o consumidor exige que as empresas sejam transparentes em sua proposta de valor ao mercado. O preço baixo, à custa do trabalho escravo, não será a resposta que eles esperam das marcas.

Saiba mais sobre o caso em:
http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,mofficer-e-condenada-por-trabalho-escravo-e-pode-ficar-fora-de-sp-por-10-anos,70002076906

Profa. Ms. Lucy Lira
Curso de Publicidade e Propaganda da STRONG ESAGS


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